EPIDERMODISPLASIA VERRUCIFORME
Dr. PAULO HERNANE RABELO AZEVEDO
PATOLOGIA : HC/UFMG : 7211/13
EPIDERMODISPLASIA VERRUCIFORME EM PACIENTE PORTADORA DE LES: Mulher, 31 anos, portadora de LES em uso de imunossupressor apresentado lesão vulvar pruriginosa. Realizado biópsia incisional.
As neoplasias cutâneas na EV têm grande relação com os HPV-5 e 8 e apenas ocorrem em áreas de pele exposta. A oncoproteína E6 do HPV-5 inibe a transativação do SMAD3, um importante componente do fator transformador de crescimento TGF-β1. Diferentemente do que ocorre no câncer do colo uterino, onde o genoma viral é incorporado ao DNA do hospedeiro, na EV ele permanece extracromossômico. Os raio UV-B promovem modulação de região não-codificante ativadora da atividade do HPV-5 e 8.
PATOLOGIA : HC/UFMG : 7211/13
EPIDERMODISPLASIA VERRUCIFORME EM PACIENTE PORTADORA DE LES: Mulher, 31 anos, portadora de LES em uso de imunossupressor apresentado lesão vulvar pruriginosa. Realizado biópsia incisional.
DISCUSSÃO: A Epidermodisplasia Verruciforme (EV) é condição rara caracterizada pela susceptibilidade seletiva de tipos específicos de HPV (subtipos 5 e 8, principalmente) infectarem a pele, defeito na imunidade celular e maior risco de desenvolvimento de neoplasias malignas, especialmente carcinoma de células escamosas.
As lesões são descritas como verrugas planas ou semelhantes a pitiríase. Em pacientes negros podem lembrar ceratose seborréica. As áreas mais frequentes são em membros, face e dorso das mãos.
A ocorrência é caracteristicamente em indivíduos suscetíveis portadores em homozigose de mutação nos genes EVER1 e EVER2. Esses genes foram mapeados no braço longo do cromossomo 17 (17q25) e codificam proteínas transmembrana constituintes do transportador de zinco 1 (ZnT-1) do retículo endoplasmático. Tal mutação acarretaria a uma distribuição intracelular de zinco alterada. Formula-se a hipótese de que estas proteínas restringem a predileção de tipos específicos do HPV. Entretanto, alguns casos sem a mutação nos genes EVER1 e EVER2 já foram relatados.
Parece que os pacientes suscetíveis mostram uma resposta anormal das células T aos queratinócitos infectados pelo HPV. O defeito mais comum é a diminuição no número e na função das células T-helper, porém os pacientes não têm susceptibilidade a ouras infecções. EV já foi relatada em pacientes sabidamente imunocomprometidos, portadores de linfoma, timoma maligno e molusco contagioso diseminado.
Histologicamente, a EV é caracterizada por acantose, hipergranulose, hiperceratose, e queratinócitos vacuolados de citoplasma azul acinzentado pálido (corados em HE) organizados em ninhos ou colunas na epiderme. Atipia não é infrequente e, quando presente, evolui para carcinoma in situ em 30-50% dos casos. A maioria dos carcinomas são do tipo escamoso, mas alguns podem ter características de diferenciação para glândulas sudoríparas.
As neoplasias cutâneas na EV têm grande relação com os HPV-5 e 8 e apenas ocorrem em áreas de pele exposta. A oncoproteína E6 do HPV-5 inibe a transativação do SMAD3, um importante componente do fator transformador de crescimento TGF-β1. Diferentemente do que ocorre no câncer do colo uterino, onde o genoma viral é incorporado ao DNA do hospedeiro, na EV ele permanece extracromossômico. Os raio UV-B promovem modulação de região não-codificante ativadora da atividade do HPV-5 e 8.