GATA3


GATA3
MARCADOR IMUNOISTOQUÍMICO ÚTIL PARA IDENTIFICAÇÃO DE SÍTIOS PRIMÁRIOS MAMÁRIOS E UROTELIAIS.

A proteína ligaste GATA3  é um fator de transcrição (família GATA). Sua perda alélica constitucional causa uma síndrome caracterizada por hipoparatireoidismo, surdez neurosensorial e malformações renais. Tais manifestações são abreviadamente chamadas de HDR.

O GATA3 na patologia cirúrgica tem sido utilizado como: (a) marcador de carcinomas mamários e (b) uroteliais.

Nos carcinomas mamários mostra positividade de 80% a 90% (os mais bem diferenciados mostram maior expressão e menor nos triplo-negativos (67%). O carcinoma mamário masculino mostra positividade muito menor. 

No carcinoma urotelial é útil na diferenciação entre carcinomas: (a) urotelial vs prostático; (b) urotelial vs CCE; com positividade do GATA3 (nas séries que mais o favorecem) chegando a 80%. Cuidado deve ser tomado na avaliação de espécimes prostáticos dado que o epitélio das glândulas das vesículas seminais expressa este marcador.

A imunomarcação pelo GATA3 é nuclear (clone L50-823). Seu controle interno pode ser linfócitos T, (sua função também está presente nesta população celular).
Fora do universo descrito acima, há outras possibilidade de utilização do GATA3, todas com alguma ressalva. Há alta positividade em carcinomas de células escamosas da pele e essa propriedade pode ser útil para definição entre um sítio primário cutâneo de sítios como cervical, pulmonar e laríngeo (estes com algum grau de positividade, variável segundo diversos trabalhos).

Outra utilidade interessante é para subclassificação de carcinomas renais. O subtipo que mais o expressa é o cromófobo (40%) enquanto que os demais tipos a expressão é < 2%. Entretanto, o oncocitoma, que pode ser um diagnóstico diferencial importante também o expressa. Neste caso, se por um lado não há utilidade para o diagnóstico diferencial, há, por outro lado, uma expectativa (por “razão biológica”) em ligar do ponto de vista histogenético os carcinomas cromófobos aos oncocitomas (oriundos, portanto, do néfron distal GATA3+ e não das anteriormente reputadas como origem "células intercalares dos duetos coletores"). Assim, justificam-se os caso híbridos carcinoma/oncocitoma. Alguns destes tumores híbridos estão ligados à síndrome Birt-Hogg-Dubé.

Os coriocarcinomas são GATA3+ e os tumores do seio endodérmico o marcam nos corpos de Schiller-Duval. Cerca de 80% dos paragangliomas são GATA3+ e podem ter alguma utilidade na diferenciação de carcinomas neuroendócrinos.

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